segunda-feira, 1 de agosto de 2011

CONVIVER






“Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo.” (Paulo Freire)

Aprender a Conviver
(do livro Alguns Versos, Talvez Poesias... Poeta - Devany A. Silva)

Sereno, ele ouvia
conselhos ao meditar
e humilde agradecia
ao silêncio que lhe vinha ensinar.

Pensou em começar
a coisas novas olhar
e em novos horizontes reparar.
Então, veio o silêncio lhe alertar:

Ao invés de novas paisagens
querer avistar
é melhor tudo reexaminar
com um novo olhar.
É assim que se deve caminhar,
aprimorando o modo de enxergar.

Pensou em com os felizes estar.
Soprou o vento a lhe ensinar:
Vá ter com os infelizes,
Conviver é mais que estar,
é viver e se doar.

Quer aprender a conviver?
Perguntou-lhe o silêncio.
Conviver é aprender.
É como você sabe responder
quando lhe vêm perguntar.

É um eterno examinar.
É não proibir, é ensinar.
É com exemplos, falar.
É procurar melhorar o olhar.

É saber ouvir mais do que escutar.
É saber quando a boca fechar.
É descobrir a hora certa de falar.
Aprender a conviver, é procurar
sempre respeitar.

É aprender que o perder
sempre vem pra ensinar.
É descobrir que é para aprender a conviver
É do passado só se lembrar,
para o presente melhorar.

É ter alguém com quem caminhar.
É, enquanto caminhar,
dos preconceitos se livrar.
Isso é o mesmo que não pré-julgar.

Aprender a conviver, é perceber o oceano
em uma gota do mar.
É o coração limpar.
É ser amigo para dar
seu ombro ao inimigo, para chorar.

É uma amizade valorizar
É ao sedento, água levar,
sem esperar por seu clamar.
É descobrir a diferença
entre o Ser e o Estar.

É ver lágrimas e enxugar.
É sempre em seu Deus encontrar
motivos pra continuar.
Aprender a conviver,
é a mão da criança levemente tocar,
mas, se precisar, firmemente segurar.

É, quando abraçar,
no abraço demorar
É transmitir carinho no olhar,
no falar e até quando calar.

É sempre encontrar tempo,
para com alguém estar.
E, quando estar,
realmente saber ficar.


Conviver é o exercício de repensar.
É aprender que só convivendo
é que se aprende e começa a amar.
E amar é tão sublime que só existe,
quando se há, no mínimo, um par.

Conviver é do simples gostar.
É o complicado respeitar.
É parar para ouvir
a quem precisa falar.
E, ao ouvir,
do aprender a conviver se lembrar...




Projeto CONVIVER

Significado de Conviver: Viver em comum, ter convivência com.


JUSTIFICATIVA:

Em toda sociedade, da mais desenvolvida à mais rudimentar, percebe-se a visão de mundo que o homem possui e sua capacidade de adaptação; a sociedade se caracteriza pela interação entre os homens e pela maneira como aprendem formal ou informalmente a se relacionar.
A violência tem sido uma característica comum presente nas relações interpessoais das pessoas que fazem parte das diferentes sociedades deste mundo globalizado. A mídia tem mostrado, regularmente, a violência, desacato e enfrentamento em todos os setores da sociedade, sem levar em conta seu nível social ou cultural.
A escola, embora seja um espaço educativo em que se pressupõe a existência de cidadania responsável e a total ausência de atos violentos e de agressões, também não está isenta desta situação.
Esta onda de violência que tem predominado na contemporaneidade mostra que é necessário trabalhar uma Educação para o CONVIVER ( viver com o outro), que fortaleça os valores de uma convivência solidária e conciliadora entre as pessoas, buscando construir uma sociedade mais humana.
Acreditando na afirmação de Nelson Mandela quando disse que a educação é a “arma” mais poderosa de que dispomos para mudar o mundo, podemos crer que a possibilidade de vivermos em mundo melhor está na maneira em como conduzimos a educação na família, na sociedade e na escola.
O objetivo ao desenvolvermos O projeto CONVIVER na Escola de Educação Básica Francisco Altamir Wagner é oferecer aos nossos educandos instrumentos que o auxiliem na sua convivência com outro, na escola e no mundo, contribuindo assim para que tenhamos um mundo melhor, com uma sociedade mais justa e pessoas preocupadas com o bem da coletividade, que saibam CONVIVER pacificamente: respeitando a vida, rejeitando a violência, descobrindo a solidariedade, aprendendo ouvir para compreender, respeitando as diferenças e convivendo adequadamente com a natureza, preservando o planeta.
Educar para a convivência pacífica, significa imbuir-se de uma consciência de valores da não-violência social. Ela busca construir a convivência pacífica, mas não é simplesmente a ausência de guerra e nem quer dizer resignação e passividade. Ela não elimina conflitos ou oposições, mas pressupõe a resolução pacífica dos mesmos, trabalhando o dissenso, respeitando as diferenças. A cultura da convivência pacífica, não aceita a violência física, sexual, étnica, psicológica, de classe, das palavras e de ações. A Assembléia Geral das Nações Unidas proclamou, em 1997, o ano de 2000 como o. Ano Internacional da Cultura de Paz. Em 1998, declarou o período de 2001 a 2010 a “Década Internacional da Cultura de Paz e Não-Violência para as Crianças do Mundo”. Com relação às nossas crianças, podemos incentivá-las, através do nosso exemplo vivenciado no nosso cotidiano e estimulando práticas de não-violência, de solidariedade, de harmonia e de comunhão, a imbuírem-se de um estilo de vida pacificador, elevando a qualidade da convivência entre todas as pessoas de diferentes culturas, credos, opiniões e raças. Para introduzir essa maneira de conviver entre as pessoas, a educação representa um instrumento valioso, pois, através dela, pode-se educar crianças, adolescentes, jovens e adultos, para formarem gerações pacifistas capazes de em suas discussões e negociações, promoverem o diálogo, a argumentação e a cooperação. Teremos então, cidadãos capazes de CONVIVER com outro, mediadores da paz e alcançaremos esse objetivo na medida em que conseguirmos injetar no nosso dia a dia os princípios, valores e atitudes de uma Cultura Pacífica, de modo que a Paz seja vista no cotidiano dos profissionais que dela fazem parte, nas suas relações de trabalho, atingindo todas as suas crianças, adolescentes, jovens e adultos, chegando à comunidade onde todos estão inseridos. É necessário vivenciarmos de fato e pra valer um novo modo de CONVIVER com as diferenças, mostrando que é possível respeitar distintas opiniões e idéias não-semelhantes, compartilhar sonhos e buscar alcançar objetivos e metas comuns, vivendo em paz.. O Relatório da UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI aponta os Quatro Pilares da Educação do Futuro que são fundamentais para se construir e estabelecer uma Cultura de Paz de forma sólida. Eles são:
1 - Aprender a conhecer.
2 - Aprender a fazer.
3 - Aprender a viver junto.
4 - Aprender a ser.
Se, antes de tudo, se aprende que o Ser vale mais que o ter, se aprende a conhecer o que não se conhece, se aprende e se aprende a viver junto uns com os outros, está feito o alicerce para conseguirmos CONVIVER de maneira pacífica.


OBJETIVOS

-Estimular professores, educandos, pais e comunidade a compartilharem e a vivenciarem, no seu dia a dia, os princípios d e uma convivência pacífica.
- Respeitar a vida.
- Rejeitar a violência.
- Redescobrir a solidariedade.
- Ser generoso.
- Ouvir para compreender.
- Preservar o planeta.
- Inserir a convivência pacífica no projeto político pedagógico,
- Inserirem o projeto nos planejamentos de ensino, abordando, sempre que possível, nas várias disciplinas e vivências.
- Estimular profissionais, educandos e comunidade a adotarem um estilo de vida pacificador,
- Construindo sociedade pacífica.
- Melhorar a saúde e o bem estar das pessoas através da cultura pacífica, banindo reações violentas como forma de resolução de conflitos.
- Desenvolver o senso de cidadania e responsabilidade social;
- Cultivar o exercício de uma moral humanitária;
- Trabalhar o respeito à diversidade;
- Exercitar a idéia de pluralidade e tolerância;
- Perceber a importância da preservação ambiental para a valorização da vida;
- Valorizar a paz e repudiar qualquer forma de violência;
- Analisar de forma crítica os valores incitados pela cultura de consumo;
-Sensibilizar-se para atitudes de solidariedade;
- Compreender a importância do diálogo;
- Compreender a importância da ética em nossas vidas;
- Respeitar a diversidade religiosa, sexual e outros;
- Compreender o papel da juventude no processo de transformação de nossa sociedade.
- Reconhecer a importância, compreender, valorizar e utilizar as regras mínimas de boa convivência.
- Vivenciar valores como: solidariedade, respeito, colaboração.
- Aprender controlar a impulsividade.
- Estabelecer relações mais equilibradas e construtivas com os colegas, comportando-se de maneira solidária, valorizando as diferenças, como fator a enriquecer o grupo.

METODOLOGIA

- Diagnóstico sobre violência nas escolas.
- Utilizar os alunos multiplicadores para atuarem como “Agentes da Convivência Pacífica” nos intervalos da escola.
- Reunião Pedagógica com os professores, tratando do tema Convivência Pacífica.
- Dinâmicas e jogos, onde os alunos tenham a oportunidade de interagir uns com os outros de forma pacífica, estimulando a amizade, cooperação e o respeito às diferenças.
- Avaliação processual: no decorrer de todo o projeto e no final.: analisando os resultados obtidos, verificando se houve uma diminuição ou alteração da violência na escola melhora nas relações humanas no trabalho.
- Exibição do filme A corrente do bem, com o objetivo de relacionar o nosso bem-estar à satisfação de contribuir com o outro.
- Encontro de formação com os pais, trazendo um profissional para trabalhar com o grupo .
- Serão debatidas algumas personalidades que contribuíram para a construção
da paz, como Gandhi, Nelson Mandela, Martin Luther King.
- Realização de registros escritos para montagem de um Portifólio, com poemas, redações, e atividades de artes.
- Trabalho com textos e ou livros diversos que sugerem temas como solidariedade, respeito aos outros, boas maneiras, cooperação, estímulo à sensibilidade e reflexão...
- Conversas informais (rodinha) para refletir sobre situações que surgem em aula ou temas abordados em textos, buscando soluções no grupo e valorizando a participação e o comprometimento de todos.
- Elaboração do Manual da Convivência com parceria de todas as partes envolvidas


AVALIAÇÃO

A Avaliação será desenvolvida no decorrer do projeto, compreendida como um processo contínuo. Observará se os objetivos propostos foram atingidos.
Os instrumentos avaliativos utilizados serão trabalhos, realização de debates, entre outros. Observação do aluno para verificar se conseguiu integrar-se no grupo, participando ativamente, trocando experiências, resolvendo situações de conflito de forma tranqüila e convivendo adequadamente conforme as regras elaboradas com o grupo e os valores trabalhados, identificando ainda se o grupo como um todo conseguiu demonstrar maior autonomia e sensibilidade para resolver os problemas com mais tolerância e amabilidade.

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